DIREITO DE RESPOSTA
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10 Novembro 2023
No uso do DIREITO DE RESPOSTA, o Município de Tabuaço apresentou à TVI o descontentamento perante a reportagem apresentada relativamente ao estudo do poder de compra. Antes de mais porque a Câmara Municipal não pode assumir as responsabilidades relativamente aos dados do poder de compra no território, e também porque não foi contactada para prestar as declarações que considera necessárias, ficando à mercê da opinião pública sem direito de defesa.
Os dados apresentados na dita reportagem reportam-se a 2021, não há dados posteriores, e dizem-nos o seguinte, relativamente aos concelhos com menor poder de compra:
60,7 Ponta do Sol
61,0 Porto Moniz
61,2 Penamacor
62,7 Baião
63,3 Celorico de Basto
63,9 Valpaços
64,0 Melgaço
64,1 Cinfães
64,1 Sabugal
64,1 Tabuaço
64,3 Sernancelhe
64,4 Santa Marta de Penaguião
64,6 Mondim de Basto
64,6 Santana
64,7 Fornos de Algodres
No entanto, e entendendo que o Concelho de Tabuaço foi apresentado a título de exemplo, não foi de forma alguma referido que atrás de Tabuaço estão, segundo os mesmos dados, cerca de 7 concelhos.
Mais ainda, as imagens recolhidas para ilustrar a reportagem não refletem, de maneira alguma, a realidade da nossa vila e do nosso concelho. Filmar um Hospital que está fechado há cerca de 30 anos, e não é pertença ou responsabilidade do Município, e dispondo o Concelho de um Centro de Saúde com todas as valências necessárias à população, não reflete a nossa realidade; recolher imagens de uma escola no decorrer do período de aulas, e não do recreio, para aludir à falta de população, não reflete a nossa realidade; apresentar imagens de construções particulares em ruínas, aludindo ao abandono, não reflete a nossa realidade.
O que reflete a nossa realidade, e que a TVI na sua reportagem não teve interesse de mostrar, marcando logo por aí uma posição pouco revestida de objetividade, é que a Câmara Municipal de Tabuaço tem, ao longo dos últimos anos, criado vários mecanismos de apoio à população em frentes como a Educação, a Saúde e até o apoio ao Comércio Local. Todas estas medidas beneficiam diretamente as famílias tabuacenses.
Se não vejamos:
No que toca à EDUCAÇÃO, a Câmara Municipal de Tabuaço tem:
- Um programa anual de Bolsas de Estudo de Apoio (monetário) a Estudantes do Ensino Superior. No ano letivo 2022/2023 foi atribuído a estes alunos um total de 66.470,00€
- Um prémio de mérito (monetário) – Prémio Abel Botelho – para os melhores alunos do Agrupamento de Escolas; Este ano a atribuição do Prémio a 18 alunos ascendeu aos 9.749,96€.
- Uma Escola de Música disponível para crianças e jovens do concelho cuja mensalidade está bem abaixo dos valores praticados nos concelhos vizinhos, fixando-se nos 15,00 mensais o que permite o acesso a todos os interessados;
- Estabeleceu um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Tabuaço que visa, antes de mais, criar melhores condições para as famílias tabuacenses. 60.500,00 euros é o valor do financiamento atribuído, em 2023, à Santa Casa da Misericórdia de Tabuaço para o funcionamento de mais 2 salas – 1 berçário e 1 sala até aos 3 anos;
- Assegura o transporte escolar gratuito a todos os alunos, do pré-escolar ao secundário, aos alunos da Universidade Sénior e às crianças portadoras de deficiência para instituições de apoio especializado.
No âmbito da SAÚDE, a Câmara Municipal:
- disponibiliza transportes diários para o funcionamento da Unidade de Cuidados Continuados na comunidade;
- tem em funcionamento uma Carrinha Móvel de Saúde para auxiliar os utentes mais idosos, e sem retaguarda familiar, por todo o concelho, evitando que tenham que se deslocar à sede de concelho por cuidados de saúde primários; este serviço estabelece-se ainda como mediador entre os utentes e o Centro de Saúde de Tabuaço.
No âmbito do COMÉRCIO LOCAL, o Município tem:
- o Programa Cheque-bebé através do qual cada família recebe mil euros pelo primeiro filho, mil e quinhentos pelo segundo e dois mil euros por três ou mais filhos. Não querendo o Município considerar este Programa um incentivo à natalidade é, sem dúvida, um apoio ao Comércio Local e que se reveste de bastante importância para as famílias tabuacenses. Contas feitas, 343 mil euros é o balanço do que foi atribuído desde 2013. A este somatório juntam-se também 234 famílias e 289 bebés a beneficiar deste Programa Social de Apoio que se traduz na aquisição de bens ou serviços, nos comércios e serviços locais, considerados indispensáveis ao desenvolvimento das crianças e que contemplam, a título de exemplo, consultas médicas, medicamentos, artigos de higiene, puericultura, mobiliário, alimentação, vestuário ou calçado.
- em 2021 a Câmara Municipal de Tabuaço desenvolveu a iniciativa “Não há duas sem três” direcionada para a hotelaria, restauração, produtores locais e artesãos, com o intuito de incentivar turistas a permanecer ou regressar a Tabuaço. Por cada reserva de duas ou mais noites numa unidade hoteleira do concelho de Tabuaço, a Câmara Municipal atribui vouchers no valor total de 60€ a aplicar nos alojamentos, na restauração e na aquisição de artesanato ou produtos locais.
- Desde 2020 desenvolveu a iniciativa “É Nosso – Compre no Comércio Local”. Na última campanha, que decorreu no Natal, a Câmara Municipal atribuiu mais de 26 335,00 € em vales de compras mas a totalidade das ações em que a campanha decorreu trazem números que indicam que o Município de Tabuaço atribuiu 98 977,50€ em vales de compras à população. Quanto à totalidade das 7 campanhas desenvolvidas pelo Município, o valor ascende a 1 986 366,00 € em compras nos comércios, serviços e produtores locais.
Estes são apenas alguns dos exemplos do apoio à população e ao comércio local que refutam as declarações de alguns intervenientes na reportagem efetuada esta semana, na Vila de Tabuaço, e na qual a realidade do Concelho não se reflete. Mais ainda quando a reportagem em causa, sendo tendenciosa, imputa ao Município de Tabuaço a pouca capacidade do poder de compra da população.
Usando da objetividade, em 2023, o poder de compra reduziu na generalidade em Portugal 4,7%, passando para 13.906 euros per capita, contrariamente à tendência europeia que regista um aumento de 5,8%, relativamente a 2022.
A verdade é que, estando o poder de compra diretamente ligado ao poder da inflação, a Câmara Municipal de Tabuaço teria uma palavra a dizer sobre a falta de atuação dos sucessivos governos que continuam a capitalizar as grandes áreas metropolitanas e o litoral esquecendo os territórios do interior do país; deparamo-nos, sucessivamente, com a falta de investimento do Estado nas infraestruturas - desde a rede viária à linha do Douro -, assim como a postura omissa e conivente com a desclassificação dos serviços públicos (tribunal, finanças, conservatória) dos CTT e da Caixa Geral de Depósitos. Há um total e claro desinvestimento das instituições bancárias presentes no território.
Na sua reportagem era importante a TVI saber que temos a sede de uma Caixa Agrícola, fundada por um grupo de tabuacenses, que agora aglutina as agências de Armamar, Moimenta da Beira, Alvite, Leomil, Tabuaço, Sendim, Sernancelhe, Penedono, Aguiar da Beira, Vila Franca das Naves e Trancoso.
O desinvestimento dos sucessivos Governos no nosso território vem, ao longo de décadas, a agravar as situações que mais incomodam os Municípios destes territórios, nomeadamente, a falta de investimento, a fuga das faixas etárias mais jovens, o consequente despovoamento e o envelhecimento da população.
Cabe aos Municípios criar mecanismos de apoio para quem cá permanece e é inegável que esse cuidado tem sido levado a cabo pela Câmara Municipal de Tabuaço, apesar dos constrangimentos financeiros.
Cabia à TVI ouvir as partes e, assim, usar da objetividade que se espera de um canal que se diz de informação.
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