PR1- Vale do Tedo
Ponto de partida / chegada | Distância | Duração | Desnível | Grau de dificuldade | Tipo de Percurso | Âmbito | Época aconselhada |
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Jardim Histórico da Granja do Tedo GPS: 41º 03'54.59”N | 7º 36'53.27”W |
Opção A: 7,7 km | Opção B: 12,5 km | Opção A: 3h | Opção B: 5h | Opção A: 300m | Opção B: 580m | Opção A: II - fácil | Opção B: III - médio | Circular | Desportivo, Paisagístico, Biológico e Histórico-Cultural | Todo o Ano |
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Património Natural
- Flora: Árvores e arbustos (Abrunheiro; Amoreira; Carvalho; Loureiro; Pilriteiro; Freixo; Sabugueiro; Sobreiro; Zelha) Flores silvestres (Bicos de Cegonha; Borragem; Dedaleiras; Papoila; Silva; Violeta) e Aromáticas e Medicinais (Alfazema; Hipericão, Funcho, Orégão) Comestíveis (Azeda romana; Espargo bravo)
- Fauna: Águia d'asa redonda; Alvéola cinzenta; Chapins; Guarda rios; Melro d'água; Pisco de peito ruivo; Pombo torcaz, Sapo comum)
Descrição do Percurso
O percurso inicia-se numa das mais belas e pitorescas povoações de Tabuaço – Granja do Tedo. É uma aldeia cheia de lendas, costumes e tradições, que soube preservar a traça original das suas casas antigas e que, além do mais, soube modernizar-se em harmonia com o passado, criando atrações para o turismo e o lazer. A juntar a tudo isto, Granja do Tedo goza de um notável enquadramento paisagístico, onde o rio, o vale e a montanha nos inspiram à caminhada e à descoberta. Caminhos antigos, de pedras gastas, conduzem-nos pelas encostas, entre as aldeias, mas permitem-nos também viajar no tempo e reconstruir períodos tão difíceis quanto admiráveis do nosso mundo rural.
Ao aproximar-se de Granja do Tedo, descendo a encosta, não deixe de observar os dois lugares que compõem a aldeia – o Povo de Baixo, o mais antigo, e o Povo de Cima. Estão separados pelo rio Tedo, mas unidos por uma sólida e antiquíssima ponte de cantaria, de arco único. Deixe o seu automóvel no largo junto ao café D. Thedon e caminhe em direção ao Jardim Histórico, que conta algumas lendas e histórias que envolvem a aldeia de Granja do Tedo. Lá se diz que este nome teve origem quando D. Thedon, cavaleiro cristão do séc. XI, agrado com o sítio, ali construiu uma casa e plantou uma extensa quinta ou granja. Outras casas se construíram, entretanto, junto da “Granja de D. Thedon”.
Junto ao Jardim Histórico existe uma aprazível praia fluvial, com espelho d’água, areal, relvado, bar de apoio, e ainda um parque desportivo, ligados entre si por duas pontes pedonais. Quem gosta de pesca desportiva pode faze-lo por estas paragens. É provável que consiga observar algumas espécies de aves associadas aos cursos de água, como a alvéola-cinzenta, guarda-rios ou mesmo o melro-d’água.
Passado o Povo, entramos num verdadeiro vale encantado que reflete uma perfeita harmonia entre a ação do Homem e a Natureza. Inúmeras pequenas hortas, são cultivadas de forma artesanal com cereais, legumes e batata. Mas uma cultura predomina na forma de arbusto ou pequena árvore – o sabugueiro. Floresce em Abril-Maio e os seus frutos – pequenas e numerosas bagas negras reunidas em cachos, são colhidos no Outono e exportados para uso farmacêutico. A apanha da baga constitui uma atividade tradicional local e representa uma mais-valia económica. A baga é também empregue para dar cor ao vinho e outras bebidas e para fazer sumo, marmelada ou chá.
As plantas aromáticas e medicinais são ainda mais abundantes. É o caso do funcho ou erva-doce, cujas sementes são usadas para temperar as castanhas cozidas e cujos caules são usados em saladas. O hipericão ou milfurada é conhecido como o “prozar natural” devido às suas extraordinárias virtudes medicinais, utilizada principalmente como calmante. Outro exemplo, ainda, são os orégãos,
planta conhecida pelas suas virtudes aromáticas como condimento. A alfazema, também presente, é usada para confecionar águas-de-colónia e óleos.
Há uma diversidade enorme de flores silvestres neste percurso, que lhe emprestam um belo colorido, como a papoila, a dedaleira, a borragem, a violeta e a silva, entre muitas outras. Ainda do ponto de vista da flora, encontramos nesta vale algo raro em toda a região. Trata-se de um bosquete misto de zelha, freixo, loureiro, pilriteiro e abrunheiro, característicos de fundos de encostas sombrias com escorrência superficial de água.
Depois de passar por uma sumptuosa casa em ruínas, onde até há poucas décadas atrás funcionaram as caldas de D. Moira que atraíam centenas de pessoas, é já possível avistar Ribeira de Goujoim. É um quase abandonado mas encantador, onde as suas velhas casas de granito, com típicas varandas de madeira debruçadas sobre o rio, seguem o percurso ziguezagueante da única e íngreme rua da aldeia, que é, na verdade, uma antiga e estreita calçada onde não circulam automóveis. Ao subi-la, deparamo-nos com a capela, em cujo pequeno adro uma amoreira, quase tombada sobre a calçada, nos oferece nos meses de verão, os seus deliciosos frutos.
Vale a pena parar junto à última casa da aldeia e a umas “alminhas” com mais de cem anos, não só para recuperar o fôlego, mas também para apreciar o luxuriante matagal mediterrâneo que veste este vale. Agora, é altura de decidir se opta pela opção mais curta ou mais longa do percurso. No primeiro caso, vai trepar, à direita, por um magnífico trilho de montanha, formado por grandes e pesadas pedras habilmente alinhadas, que permitia vencer a declivosa encosta e chegar à aldeia de Carrazedo. Imagine a vida por estas paragens há cinquenta anos atrás, quando não havia estradas nem automóveis, só trilhos…como este!
Ao tomar a direcção de Carrazedo, depois de atingir a estrada, passa pela capela Nosso Senhor do Calvário. Todos os anos a população realiza aqui uma grande festa e procissão até à igreja, no centro da aldeia. O regresso à Granja do Tedo faz-se agora pela estrada panorâmica que liga as duas povoações. Pelo caminho, facilmente se destaca outra actividade tradicional por aqui – a extracção de cortiça.
Se optar pela opção mais longa vai dirigir-se para Pinheiros, percorrendo os trilhos antigos que quase caíram em desuso, mas que foram inteligentemente recuperados. Já na estrada, vai-se deparar com um raro e belo exemplar de arte rupestre na Península Ibérica, designado “ Cabeço das Pombas”. Os motivos representados são enigmáticos e assumem um forte valor simbólico, atestando a importância deste local como antigo lugar de culto. O aprazível parque de merendas aqui construído convida a uma paragem mais demorada.
O acesso a Vale de Figueira faz-se pela serra. Vai subir e descer uma das suas vertentes por caminhos recentes de terra batida. À saída, seguimos, à esquerda, pela estrada de terra batida. Entramos num lindo vale onde, junto à linha de água, se pratica uma agricultura tradicional em incontáveis pequenos socalcos. Dominam as culturas do sabugueiro, do milho, da batata e dos produtos hortícolas.
Ao chegar á estrada, o percurso segue agora por uma antiga calçada de pedras graníticas que percorre o mesmo vale até chegar à Granja do Tedo. A rua da Lameira mostra-nos uma parte muito antiga do Povo de Cima. Repare, por exemplo, na velha casa com um alpendre enorme que cobre a rua, na Igreja, datada de 1741, e no pelourinho. Há também aqui um belíssimo solar setecentista.
Outras Informações
- Caminho vedado no lugar de Corças (entre Pinheiros e Vale de Figueira), sendo necessário requerer as chaves com antecedência na Câmara Municipal de Tabuaço para abrir os portões da reserva de caça e atravessar o local;
- Fraco sinal de rede móvel ao longo do percurso sendo, por vezes, inexistente.
- Para mais informações contactar 254 780 000
- A Câmara Municipal de Tabuaço não se responsabiliza por acidentes que possam decorrer durante o percorrer do trajecto.
KMZ PR1
BROCHURA