Vítor José de Deus de Macedo Pinto
Vítor José de Deus de Macedo Pinto – Ex-Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço
Vítor José de Deus de Macedo nasce em 13 de novembro de 1869, em Tabuaço. Como habilitações literárias tinha o bacharelato em Medicina pela Universidade de Coimbra.
Era simultaneamente médico, agricultor e político. Foi sócio fundador do Sindicato Agrícola de Tabuaço (1904) e, entre 1902 e 1911, presidente da Câmara Municipal de Tabuaço. Nesta data é também presidente da Comissão Distrital Duriense.
Iniciado na Maçonaria em 1905 na loja “Portugal”, em Coimbra, abandona-a no mesmo ano. Do ponto de vista político era republicano, tendo participado na conspiração que levou à revolução de 31 de janeiro de 1891.
Foi membro da Junta revolucionária de Trás-os-Montes e Beira no período que precedeu a revolução de 5 de outubro de 1910. Pertenceu aos partidos Evolucionista (em 1918 é o presidente da Comissão Municipal do Partido, no Porto) e Radical.
Apresentou-se como candidato a deputado por Lamego durante os últimos anos da Monarquia. É eleito deputado por Moimenta da Beira em 1911 (Constituintes), vindo a presidir à respetiva Câmara em 1912-1913. Neste ano, recebe o convite do ministro do Interior para o cargo de Governador Civil de Viseu, mas não aceitou.
Foi ministro da Marinha de 30 de Março a 29 de Junho de 1919, no ministério Domingos Pereira (após a queda da Monarquia do Norte), e novamente em 1921 (após o Outubrismo).
Foi um defensor dos interesses durienses, ocupando vários cargos de destaque, entre os quais vogal da CVRD por Tabuaço em 1907 (nomeado por decreto) e em 1909 (por eleição).
Nesta data é escolhido pela CVRD para o cargo de vogal da Comissão Agrícola e Comercial dos Vinhos do Douro. Em 1911 é nomeado, pelo Governo Provisório da República, vogal da CVRD, vindo a ser eleito por esta, presidente da sua Comissão Executiva.
Em 1915, ainda é o presidente da CVRD. Aquando das eleições para a CVRD, em 1917, é considerado um bom nome para presidir a este organismo, demonstrando o prestígio que detém na Região.
Em 1926, quando Antão de Carvalho se demite, o Douro convida-o para ocupar novamente o cargo, mas não aceita. Oficialmente, integrou, a par de Júlio Vasques, a comissão nomeada por portaria de 25 de Janeiro de 1906, a qual tinha por objeto o estudo das causas da crise duriense e propor medidas para a solucionar.
Participando ativamente no movimento dos Paladinos, faz parte de várias comissões delegadas. Logo em 1910, integra comissão, juntamente com Antão de Carvalho, encarregue de pedir ao Governo a isenção das contribuições prediais vinícolas.
Fez ainda parte integrante das Comissões de Defesa do Douro. Assim, em 1928, está presente na Junta de Defesa do Douro, da qual já fizera parte anteriormente, juntamente com Antão de Carvalho, Júlio Vasques e Torcato de Magalhães.
Em 1931, é também membro da Comissão de Defesa dos Interesses do Douro. Colaborou na imprensa com vários artigos, temas, pensamentos políticos e económicos e teorias, tendo sido colaborador do jornal “O Primeiro de Janeiro”, sempre com artigos sobre o douro, dos quais apenas temos referência de um artigo, publicado em 1925, intitulado “A Defesa do Douro”. (In “A questão duriense e o movimento dos Paladinos” de Carla Sequeira).