José Pinto Rebelo de Carvalho
José Pinto Rebelo de Carvalho – escritor, político e médico
Nasceu na freguesia de Barcos no ano de 1792, filho de família ilustre local. Terminado o curso secundário, matriculou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, no ano de 1822, onde se licenciou, e doutorou-se na Universidade de Lovaina, na Bélgica, em 1830.
Viveu no conturbado período de guerra civil ou das lutas liberais entre os partidários de D. Pedro e de D. Miguel. Abraçou as ideias liberais e teve de fugir, como tantos outros seus correligionários, para a capital da Inglaterra, após a revolta miguelista de 1828.
Aí fundou o polémico jornal “A TESOURA” onde, com perseverança, defendeu o seu ideário político, tomando a causa da liberdade. Foi a Paris para aperfeiçoar os conhecimentos de medicina e, espírito lutador e irrequieto, fundou o contundente periódico “O PELOURINHO”, donde zurziu os seus adversários.
Regressou à pátria em 1833, restabelecido o regime constitucional. Em Barcos, exerceu as funções de médico do "partido municipal" e, talvez devido a perseguições políticas, muito embora o local lhe fosse favorável, pois sempre se debateu pelo liberalismo, teve de fugir com a filha para o Brasil, onde foi hospedar-se em casa dum amigo, advogado português, Inácio da Silva Sequeira, na pequena cidade açucareira de Campos, nas margens do rio Paraíba.
Constou-se que este seu "amigo" lhe provocou dolorosos desgostos, e o Dr. José Pinto Rebelo de Carvalho morreu em redor de grande miséria. Usando o nome arcádico de "Alcipo Duriense" escreveu um trabalho monográfico acerca de Barcos, e muitas poesias.
Deixou ainda trabalhos filosóficos e sobre geologia, como "Princípios de Geologia" e "As Águas Minerais de Longroiva". Infelizmente, muitos dos seus outros trabalhos perderam-se e não chegaram a ser publicados.
Barcos tem uma rua com o nome deste preclaro escritor, político e médico, que morreu na cidade brasileira de Campos, em fins de 1870.