GR14 - Grande Rota dos Vinhos da Europa - Troço concelhio
Ponto de partida | Ponto de chegada | Distância | Duração | Desnível | Grau de dificuldade | Tipo de Percurso | Âmbito | Época aconselhada |
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Ribeira de Goujoim | Coordenadas GPS: 41º 05'16.36” N / 7º 37'22.10” W | Travessia para o concelho de S. João da Pesqueira | Coordenadas GPS: 41º 02'29.04” N / 7º 30'13.34” W | 16.500 km | 5:30h | 600 m | III - Média | Linear | Paisagístico, Desportivo, Histórico - Cultural, Arqueológico, Biológico | Todo o Ano |
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Património Natural
- Flora: Árvores e arbustos (Abrunheiro, Amieiro; Castanheiro; Freixo; Loureiro; Oliveira; Pinheiro-bravo; Sabugueiro; Sobreiro; Vidoeiro) Flores silvestres (Bicos de Cegonha; Borragem; Dedaleira; Gilbardeira; Papoila; Silva; Violeta) e Aromáticas e Medicinais (Alfazema; Esteva; Funcho; Erva-cidreira) Comestíveis ( Azeda-romana; Espargo-bravo)
- Fauna: Águia d'asa redonda; Alvéola cinzenta; Chapins; Felosa comum; Guarda rios; Lontra; Melro; Melro d´água; Pisco de peito ruivo; Tentilhão comum)
Descrição do Percurso
A “Rota dos Vinhos da Europa” ou GR14 é um percurso transeuropeu que liga Vila Nova de Gaia, em Portugal, a Estrasburgo, na Alsácia. Este percurso atravessa regiões vitivinícolas de grande importância, entre as quais está a região demarcada mais antiga do mundo, a região Demarcada do Douro – Alto Douro Vinhateiro, que em 2001 foi classificada Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.
No município de Tabuaço, o GR14 atravessa zonas de grande beleza paisagística, com destaque para os frondosos vales, onde correm águas cristalinas, e as suas aldeias pitorescas. Há também inúmeras marcas históricas de uma antiga ocupação humana da região, como pontes e calçadas.
Vindo de Armamar, onde se destaca a bonita aldeia turística de Goujoim, situada a meia encostada margem esquerda do rio Tedo, o percurso entra em território de Tabuaço já junto do rio, logo depois de passar pelo bonito cemitério de granito bem enquadrado pela floresta. O vale é encantador e reflecte uma perfeita harmonia entre a acção do Homem e a Natureza. Logo no início, deparamo-nos com uma majestosa casa em ruínas, onde até há poucas décadas atrás, funcionavam as caldas de D. Moira, de onde é também possível apreciar a aldeia de Ribeira na encosta contrária. Inúmeras pequenas hortas são cultivadas de forma artesanal neste vale. Predomina uma cultura – o sabugueiro. Os seus frutos – pequenas e numerosas bagas negras reunidas em cachos, são colhidos no Outono e exportados para uso farmacêutico. A baga é também empregue para cor ao vinho e outras bebidas e para fazer sumo, marmelada ou chá.
O que mais realça à vista neste vale é a sua riqueza florística, com todo o seu esplendor nos meses de Primavera. Algumas plantas destacam-se por serem comestíveis, como é o caso da azeda-romana e do espargo-bravo. Outras, pelas suas qualidades aromáticas e medicinais, como o funcho, os orégãos e a alfazema.
Há também uma diversidade enorme de flores silvestres, que lhe emprestam um belo colorido, como a papoila, a dedaleira e a violeta, entre muitas outras. Ainda do ponto de vista da flora, encontramos neste vale uma espécie de grande valor científico, pois é bastante rara – uma árvore de nome zelha, que aqui sobrevive integrada num bosquete misto juntamente com freixo, loureiro, pilriteiro e abrunheiro.
Chegamos agora a Granja do Tedo, uma aldeia dividida em dois povoados, de um e de outro lado do rio, ligados por uma muito antiga e imponente ponte de pedra de arco único. É uma aldeia cheia de lendas, costumes e tradições, que soube preservar a traça original das suas ruas e casas antigas.
Passando Granja do Tedo, dirigimo-nos para Longa por caminhos que pertenciam a vias romanas, pois ao percorrê-los encontramos vários troços de calçadas antigas. O mesmo acontece no caminho para Arcos, onde a força do granito se impõe ao verde da paisagem.
De Arcos, ascendemos ao planalto da serra de Chavães, onde é possível desfrutar de largos horizontes, e daqui descemos a Sendim, freguesia que já foi e voltou a ser vila e onde pode observar diversos vestígios da antiquíssima ocupação humana. Castros, vias romanas, sepulturas antropomórficas, o Pelourinho, diversas fontes, sumptuosas residências da fidalguia setecentista e vários locais de culto religioso – capelas, alminhas e Igreja Matriz, são exemplos do riquíssimo património contruído que nos transportam numa interessante viagem ao passado. Deixando Sendim, o GR14 segue agora por um caminho agrícola, ladeado por muros ora de xisto ora de granito (estamos numa zona de transição entre os dois tipos de rochas), que nos conduz por um planalto onde predominam os campos de vinha bordejados por oliveiras.
Passamos agora pela Capela da Senhora do Bom Despacho, magnificamente enquadrada pelo vale do rio Távora, cujas encostas se vão tornando cada vez mais escarpadas e íngremes à medida que nos aproximamos do leito do rio. Aqui chegados, a beleza do local surpreende-nos – um espelho d’água proporcionado por um açude, reflete a densa vegetação das margens dominada por amieiros, um areal que acompanha a curva do rio, um ponte pedonal de madeira construída sobre o açude e a pequena cascata completam este belo cenário natural que nos convida a um merecido descanso antes de iniciarmos a subida para Paredes da Beira, já no município de S. João da Pesqueira.
Outras Informações
- O percurso carece de alguma sinalização e marcação.
- Fraco sinal de rede móvel em alguns pontos do percurso.
- Para mais informações contactar 254 780 000.
- A Câmara Municipal de Tabuaço não se responsabiliza por acidentes que possam decorrer durante o percorrer do trajecto.
KMZ GR14
BROCHURA