PR7 - Por Caminhos e Castelos de Pedras
Ponto de partida / chegada | Distância | Duração | Desnível | Grau de dificuldade | Tipo de Percurso | Âmbito | Época aconselhada |
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Junta de Freguesia de Sendim
GPS: 41º 02'24.02” N | 7º 32'22.79” W |
12 km | 6h | 430 m | III - Média | Circular | Paisagístico, Desportivo, Histórico - Cultural, Arqueológico | Todo o Ano |
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Património Natural
- Flora: Árvores e arbustos (Amieiro; Amoreira; Carvalho-negral; Castanheiro; Cerejeira; Cipreste; Freixo; Nogueira; Pilriteiro; Pinheiro-bravo; Sobreiro; Zimbro) Flores silvestres (Giesta-amarela; Giesta-branca; Silvas; Trovisco) e Aromáticas e Medicinais (Alfazema; Madressilva; Zimbro)
- Fauna: Abutre do egipto; Andorinha das rochas; Bufo real; Chamariz; Chapins; Peneireiro; Pica-paus; Poupa; Rolieiro; Trepadeira comum; Trepadeira azul.
Descrição do Percurso
Este percurso é uma viagem notável pela natureza, história e cultura do município de Tabuaço. O vale do Távora impressiona-nos pela beleza agreste e selvagem das suas encostas graníticas, sensações que culminam na ascensão aos “castelos naturais” de Cabriz – três morros de difícil acesso, usados, segundo as lendas, na luta contra os Mouros. Diversas espécies de aves habitam este vale tortuoso e encaixado, destacando-se as aves de rapina e os passeriformes florestais.
O percurso tem início no largo junto ao coreto, onde pode deixar a sua viatura. Ao atravessar o sítio do Paço, o que logo chama a atenção, pela sua beleza e fidalguia, são as duas residências setecentistas, situadas uma em frente da outra.
Atravessa-se agora a estrada e chega-se ao Largo das Alminhas, cujo nome fica a dever-se a umas alminhas datadas de 1726. Alguns metros à frente, à esquerda, entramos num caminho agrícola, ladeado por muros ora de xisto ora de granito que nos conduz por um planalto onde predominam os campos de vinha bordejados por oliveiras.
Depois de passar um antigo barraco de granito, junto ao qual pode contemplar um magnífico sobreiro, chega à Capela da Sª. Do Bom Despacho. Existe aqui uma fonte onde se pode refrescar.
Repare nos inúmeros sobreiros recuperados do fogo, alguns deles, assumindo formas bizarras, parecem fundir-se com as rochas numa perfeita harmonia. A presença forte do granito, na forma de grandes blocos e íngremes escarpas, vai-se acentuando. Os rolieiros, com a sua plumagem multicolor e brilhante e os seus chamamentos distintivos, são uma agradável companhia até lá. Mas podemos ter a companhia de outras espécies de fauna local.
A rica e variada avifauna com que nos deparamos utiliza-as para fazer os ninhos nos seus buracos. Destaca-se o grupo dos Passeriformes, como os chapins e o chamariz. Com alguma sorte poderá ouvir o tamborear dos pica-paus mas, se procurar nos troncos mortos é certo observar os buracos dos seus ninhos.
A aproximação aos “Castelos Naturais” passa agora a ser feita em terreno aberto, permitindo desfrutar de uma paisagem que consegue ser no mesmo instante agressiva e cativante”. Estas encostas abruptas são o habitat de várias aves de rapina, como o peneireiro, o abutre-do-Egipto e o bufo-real.
Na subida ao primeiro dos três morros, notam-se ténues degraus escavados na rocha e uma pequena lagareta, no seu topo. São alguns dos vários vestígios de construções em alvenaria que aqui se detetam, o que, associados à boa visibilidade e difícil acesso, nos leva a pensar tratar-se de um local de
vigia. Pensa-se ter existido aqui uma pequena atalaia na época medieval, onde terá habitado um pequeno grupo de pessoas. As lendas locais dizem também que dois cavaleiros cristãos da região – D. Rausendo e D. Tedon, se recolhiam nos “castelos” com seus homens para descanso e treino durante as lutas com os Mouros.
O regresso a Cabriz faz-se pelo mesmo percurso, desviando depois para subir a principal rua da aldeia e, já quase no topo, passamos por um rústico conjunto de barracos, eiras e currais. Aqui, ainda hoje se guardam alguns animais e lenha. Lá pelo meio depara com umas alminhas redondas e com uma inscrição enigmática. Lá dentro, a figura de Cristo é tipicamente popular (repare na desproporção das mãos em relação ao resto do corpo).
Iniciamos agora a subida do arredondado Monte Verde, contornando-o pelo lado direito. É considerado um sítio pré-histórico pois pensa-se que possa ter sido ocupado por um povoado nessa época. Continuando a subida para Sendim, atravessamos um vale com campos agrícolas, alguns deles abandonados, onde é cultivada a vinha e diversas árvores – oliveiras, castanheiros e árvores de fruto.
Depois de passar por uma represa e por um castinçal, à direita, surgem neste percurso os primeiros troços de antigas vias romanas – um testemunho arqueológico inestimável da ocupação romana destas terras. Grandes lajes graníticas, desgastadas e sulcadas, testemunham séculos de utilização humana. Passada a Capela de Santo Ovídio, atravessamos um conjunto de terraços agricultados e por um nogueiral, mesmo antes atingirmos Sendim e o seu Pelourinho, símbolo de autonomia do antigo concelho, com o mesmo nome. Nele já se acorrentaram condenados e aplicaram castigos corporais e a Inquisição também o terá usado para queimar as suas vítimas.
Descendo a rua principal, e depois de passar por um velho casario, infelizmente em avançado estado de degradação, encontra a Igreja Matriz de Santa Maria. Curiosamente, assenta sobre uma necrópole paleo-cristã. No adro ainda são visíveis várias sepulturas escavadas nas rochas. Um pouco mais à frente, já no lugar de aldeia, surge do lado direito e um pouco sobrelevado em relação à estrada, o Senhor das Preces – umas alminhas, onde tradicionalmente se faz a bênção de ramos pela Quaresma, no interior do murado. É notável, a árvore centenária – um freixo, que se observa do lado de fora.
Mais à frente, mesmo antes de deixar a estrada e seguir pelo caminho empedrado da direita, surge o cemitério, ladeado por um velho muro de granito e bordejado, no seu interior, por oito belos ciprestes. Depois de percorrer o antigo povoado de Aldeia, o percurso termina no largo, junto ao jardim do coreto e ao parque desportivo.
Outras Informações
- O percurso carece da falta de alguma sinalização e marcação.
- Fraco sinal de rede móvel em alguns pontos do percurso.
- Para mais informações contactar 254 780 000.
- A Câmara Municipal de Tabuaço não se responsabiliza por acidentes que possam decorrer durante o percorrer do trajecto.
KMZ PR7
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